Já é possível sentir o cheiro do outono na brisa fresca que entra pela janela à noite. Tempo de abraços.
sábado, 27 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
300.000 km/s
Medo do tempo. Sempre senti um arrepio ruim ao perceber o quão rápido o tempo passa. Vertigem. Na verdade, quem passa somos nós, e ultimamente temos passado na velocidade da luz. Então, vêm os anos e o Peter Pan que há em mim se nega a ir adiante. Não quero mais responsabilidades, pra quê ter mais o que temer? Já não bastam os medos todos que nós carregamos desde a infância? Há quem diga que eles, os medos, vão sendo substituídos ao longo dos anos. Duvido. Acho mesmo que nós só os acumulamos, em uma espécie de coleção de estimação bizarra.
Invejo aqueles que crescem espontaneamente, como se a vida cada vez mais atribulada fosse algo natural. E, embora pareça um tanto contraditório, tenho consciência de que é melhor aceitar, que só assim a metamorfose é menos dolorosa. Afinal, de que adianta negar o que é iminente?
Então, tá. De agora em diante sou grande, adulta, dona do meu nariz. E aí, o que eu faço agora, com toda essa idependência? Tem como fazer com que os anos-luz voltem a ser simplesmente anos?
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Até onde vai esta briga pra ver quem é o dono da culpa? E ao contrário do que possa parecer, a questão não é querer imputar a culpa ao outro, mas sim querer tomá-la para si. É minha a culpa e não se fala mais nisso.
A verdade é que eu acredito que ela é de ninguém, culpa é cachorro de rua. Mas quem é que não sente um aperto no peito ao ver um cãozinho ao léu?
Das citações com a palavra culpa encontradas no google:
"O homem superior atribui a culpa a si próprio; o homem comum aos outros."
Confúcio (talvez um pouco confuso)
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Ainda falando em dicionário, sempre me intrigou o fato de que muitas palavras consideradas negativas em português são substantivos femininos. É o caso da paixão violenta e arrebatadora, que é um substantivo feminino, enquanto o amor calmo e sereno é "o" amor. O mesmo com a dor e o prazer.
Por isso me encanta a língua espanhola. Ao menos nela los dolores - y no las dolores - ya se van.
Fui procurar no dicionário o significado da palavra paixão, e qual não foi minha surpresa ao descobrir que pode significar tanto afeto violento ou amor ardente quanto grande desgosto ou pesar (santa ignorância!).
De fato, são as duas faces de uma mesma moeda, é uma faca de dois gumes e tantos outros chavões que caberiam aqui.

Love is all we need (not passion).
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Esse silêncio, sabe o que é? É que a felicidade não inspira, aí parece que qualquer um fala melhor por mim que eu mesma. Confesso que invejo esse dom que certas pessoas têm de falar de felicidade. Mas não é verdade que tristeza deixa qualquer parágrafo despretensioso bonito e sensível? É a compaixão, que nos faz sentir a dor alheia como se nossa fosse. E quem é capaz de sentir a alegria alheia?
Por isso acredito hoje no que uma amiga disse há algum tempo atrás, que amigo não é aquele que está por perto quando nem você queria estar, mas aquele que sabe rir com você quando tudo vai muito bem, que compartilha - sinceramente - da sua felicidade.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Del amor, vida y muerte
"Pero si algo habían aprendido juntos era que la sabiduría nos llega cuando ya no sirve para nada."
"Todo lo que fue del espozo le atizaba el llanto: las pantuflas de borlas, la piyama debajo de la almohada, el espacio sin él en la luna del tocador, su olor personal en su propia piel. La estremeció un pensamiento vago: 'La gente que uno quiere debería morirse con todas sus cosas'."
"La viuda de Nazareth no faltó nunca a las citas ocasionales de Florentino Ariza, ni aun en sus tiempos más atareados, y siempre fue sin pretensiones de amar ni ser amada, aunque siempre con la esperanza de encontrar algo que fuera como el amor, pero sin los problemas del amor."
"Un día, en el colmo de la desesperación, ella le había gritado: 'No te das cuenta de lo infeliz que soy'. Él se quitó los lentes con un gesto muy suyo, sin alterarse, la inundó con las aguas diáfanas de sus ojos pueriles, y en una sola frase le echó encima todo el peso de su sapiencia insoportable: 'Recuerda siempre que lo más importante de un buen matrimonio no es la felicidad sino la estabilidad'."
"Transcurrían en silencio como dos viejos esposos escaldados por la vida más allá de las trampas de la pasión, más allá de las burlas brutales de las ilusiones y los espejismos de los desengaños: más allá del amor. Pues habían vivido juntos lo bastante para darse cuenta de que el amor era amor en cualquier parte, pero tanto más denso cuanto más cerca de la muerte."
El amor en los tiempos del cólera. Gabriel García Márquez.
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