terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Você lutou. Travou combate contra si mesma e toda insegurança, cansaço e a tentadora opção de simplesmente desistir. Tirou forças sabe lá deus de onde, descobriu uma persistência até então desconhecida. Veio, viu e venceu.

E como o irritante cãozinho que late e corre atrás do carro - e quando o carro pára, ele também -, você se depara com a grande conquista de sua vida, seu maior trófeu, o mérito de todo o descomunal esforço. E pára.

Decepcionada? Não exatamente. Confusa, talvez. É que ninguém se deu ao trabalho de dizer o que fazer depois. Falta uma parte desse manual. Os de eletrodomésticos ensinam não só a montar, mas também a usar, paciente e ilustradamente. Quisera ter conquistado um liquidificador.

Talvez aquele inverno estomacal posterior à dúvida não se repita exatamente porque a mesma foi confirmada. O que há agora é uma certeza - ainda que acompanhada de uma porção de outras dúvidas. Mas quem é que precisa de manual? Algumas coisas são universais, como o grande botão vermelho, que mesmo que tenha power escrito em mandarim, será pressionado instintivamente quando o propósito for ligar a tv. E em todo o resto dá-se jeito. Ninguém deve saber qual a função de cada um de todos aqueles botões mesmo.