quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Querida Lyginha,
Perdoe tamanha intimidade, é que, embora você não saiba, teríamos sido grandes amigas, não fossem algumas circunstâncias temporais e espaciais.

Provavelmente, nos conheceríamos na faculdade, ainda calouras de nosso amado e odiado curso de direito - não obstante você estivesse em seu pomposo Largo São Francisco e eu em minha humilde UEM. Nos reuniríamos para estudar Direito Civil no pensionato de Lorena Vaz Leme, que nos serviria deliciosos chá e biscoitos, e onde ouviríamos Jimmy Hendrix (tenho certeza de que assim você não teria reprovado em Civil).

Além disso, nutriríamos a mesma paixão por animais, ainda que você preferisse gatos e eu, cachorros. Frequentaríamos juntas grupos literários e discutiríamos Simone de Beauvoir no auge de nossa fase feminista (riot grrrls). Teríamos uma a outra, mesmo quando, como os pequenos crustáceos do fundo do mar, estivéssemos espiando o mundo por uma fresta. Lyginha, querida amiga, nos entenderíamos apenas num olhar, e nada mais precisaria ser dito.

Talvez por isso o destino nos tenha colocado em tempos e espaços distintos. Só assim eu não seria a única a ouvir suas histórias, confissões e reflexões, as quais você escreveria, e mais tarde, publicaria. O que, de fato, fez. Não pôde o destino, contudo, impedir que eu descobrisse a verdade: que teríamos, sim, sido grandes amigas.

Com carinho,

R. N.
É quando olha ao redor e descobre ser exatamente quem gostaria de ser, estar onde gostaria de estar e ter o que gostaria de ter.

Ao contrário do que pensava, não trata-se de dom, mas exercício. Requer dedicação e tempo. E como tudo que exige essas duas coisas, é recompensador.

domingo, 20 de dezembro de 2009

"Procurar engana o tempo e talvez seja só isso."

Tati Bernardi

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Vou pintar as unhas de laranja pra ser mais feliz.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Tinha me esquecido que, às vezes (e só às vezes), fazer nada pode não ser tão legal.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Hoje acordei no meio da manhã, comprei pão, arrumei a mesa do café-da-manhã e li o jornal enquanto tomava meu café.

Parece simples, mas é essa a simplicidade de que eu tanto andava sentindo falta.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Good times are living me

Na última sexta-feira me despedi de 2009. Confesso que com alguma nostalgia, como aquela que se sente ao fim de uma longa, mas maravilhosa viagem, quando o que se quer é saborear por mais algum tempo aqueles lugares e pessoas novas e incríveis, ainda que se saiba que é preciso voltar para casa.

2009 foi uma viagem inesquecível. Estive cercada de pessoas genuinamente boas, algumas até então desconhecidas, outras redescobertas, além daquelas que estão sempre ao alcance das mãos, ano após ano. Novos lugares, sabores, sons, cheiros. Mais acertos que erros. Foram muitos bons momentos, porque é deles que se lembra ao fim de uma boa viagem, naquela em que até o que não deu certo acaba por se tornar uma boa história. Além disso, voltar para casa é sempre uma sensação deliciosa. Afinal, a volta é o fim de toda viagem bem-sucedida.

Poderia dizer que 2009 foi a melhor viagem da minha vida, se já não tivesse dito o mesmo sobre 2008. Direi, então, que foi a melhor até agora. Espero por 2010, e que os melhores anos de minha vida se sucedam indefinidamente.