terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Era qual um gato. E ao ouvir a campainha, corria para dentro e esparramava-se no sofá, como quem estivesse ali há horas. Fazia que não sabia da minha vinda, para mais tarde ronronar saudade e enroscar-se entre minhas pernas. O retrato do avô na parede era testemunha única.

Sentado na varanda, de chinelo e meias, recitava poemas românticos - que eu julgava piegas. Mas mal me continha quando, ao tragar o cigarro, apertava os olhos já miúdos.

Como eram bonitas aquelas noites.