terça-feira, 3 de outubro de 2006

Suas blusas de lã bicolores, suas calças jeans azuis de corte reto, seu boné esverdeado cobrindo parte do cabelo castanho, liso e fino, que se une à barba malfeita logo abaixo das costeletas. Os ombros quase largos e o jeito seguro de andar. Seus livros amarelados guardados na pasta preta velha. O lenço de pano xadrez já desbotado, ao invés de descartáveis lenços de papel. As mãos fortes com as veias saltadas, que escrevem coisas que não sei ler. A mesma mania de esconder as mãos nos punhos da blusa e de roer as unhas. A boca fina sempre cerrada e os olhos pequenos que sorriem sozinhos, contrariando o rosto sério.
Chega a ser irreal. E é.