Algumas coisas em mim realmente me aborrecem. Uma delas é a incrível capacidade de ficar cansada, não por ter feito alguma coisa, mas pelo simples fato de ter de fazê-la.
Ultimamente essa “coisa” tem sido estudar. Começou o semestre e eu prometi a mim mesma, como tantas outras vezes, que agora iria estudar. E confesso que tive (ou ainda tenho) uma pontinha de esperança que isso realmente fosse se concretizar em horas a fio de esforço mental resolvendo equações polinomiais. Acontece que as coisas (de novo elas) não andam cooperando muito.
Sempre tive uma enorme dificuldade em acordar cedo - período compreendido entre 6 da manhã e meio-dia. Já tenho um primeiro problema então: o maldito e antiquado horário escolar que sabe-se lá porquê, insiste em começar às 7:15 da manhã. Hidrocarbonetos, leis de newton e cnidários não são muito atraentes por si só, que dirá a essa hora! Nem mesmo o promissor futuro de uma carreira jurídica com um gordo salário, ou a xícara de nescafé e cigarro me animam a me atracar com apostilas, livros, memorex e exercícios a serem resolvidos.
Tudo seria tão mais simples se eu tivesse a tranqüila vida das minhas cockers, Bionda, Dalila e Ingra. Me alimentaria da crocante e nutritiva ração de carne vermelha e vegetais, beberia água fresca no potinho e faria cocô no jardim. Se ficasse carente, bastaria me enroscar nas pernas de alguém e teria carinho. Se me sentisse entediada, olharia fixamente para a coleira até que alguém me levasse para passear.
Mas deus ou a evolução natural de Darwin resolveram me dar um cérebro três vezes maior e estragaram tudo. Se bem que fazer cocô no jardim não deve mesmo ser lá muito agradável.