Fugir à luta
Quando a vida exige que eu seja prosa, eu resolvo ser poesia. Se é preciso objetividade, eu quero rodear. Parece que qualquer coisa que estava há muito adormecida aqui achou por bem despertar justo agora, por puro capricho, só porque agora não pode, agora não dá. Agora não pode folhear um livro já lido e reler as páginas preferidas, marcadas por orelhas, nem assistir àquele filme que, dizem, é tão bonito, nem de repente voltar a se interessar por fotografia. É tempo de perseguir um objetivo sem se deixar distrair por futilidades, banalidades, frivolidades. Mas por que, então, só o que me interessa agora é o que não tem qualquer utilidade prática?
"Pois é preciso amar o inútil porque no inútil está a Beleza."
Eu sei, Lygia.