A vida anda besta. É quando eu me pergunto: quem é que deve dar sentido à vida, ela ou a gente?
Enquanto não encontro resposta, vão se acumulando exames por fazer, multa pra recorrer, cabelo pra cortar, presentes pra comprar, livros pra ler, botões pra pregar. E eu aqui, resistindo, tentando fingir que o ano não acabou, não tão rápido. Acreditando que o corpo mole vai fazer com que o tempo passe mais devagar. Passa não. Já passou.
É que esse ano não foi dos mais satisfatórios, deixou (deixei) muito a desejar. Olho pra trás e vejo um borrão, como se nada tivesse sido definido ao longo de todo um ano. Pessimista, eu sei. E exagerado. Talvez seja medo do que está por vir. O fim, que também é começo. Mas não sou muito afeita a mudanças. Então sinto medo.
Ainda assim, prefiro acreditar na lei do "ano bom, ano ruim". Como se anos felizes e outros nem tanto se sucedessem infinitamente. Aí então o medo se transformará em ansiedade e frio na barriga, e daqui a um ano, quando eu, enfim, chegar ao tal fim/começo, entoarei o mantra dos otimistas. Tudo vai dar certo. Eu sei que vai.