domingo, 31 de maio de 2009

Wandering days

Percebo agora o quanto andava sentindo falta de um domingo desses, bonito em sua cinzentez. Pardacento, diria o dicionário. Mas ainda assim - e talvez justamente por isso, por tão despretensioso - terno.

É verdade que sorrio involuntariamente ao olhar pela janela e ser surpreendida por um céu desbotado. Suspeita, portanto. É que a combinação dos dois - o dia e a cor - me fazem um bem quase inexplicável (não fosse eu tentar fazê-lo agora).

Aí revejo a manta xadrez abandonada no armário há tantos meses, as pantufas em forma de patas animalecas, o chá, as músicas cantadas por estranhos rapazes escoceses e as palavras que, quando lidas, a princípio, não fazem sentido algum. Apenas a princípio.

Eu, que até ontem me perguntava quem foi que ensinou o tempo a voar, e pedia que, por favor, desensinasse, hoje agradeço. Ainda que só por um momento, ele parece ter desaprendido.