sábado, 10 de maio de 2008

Das verdades relativas, se é que isso não é pleonasmo. Não pretendo entrar no mérito filósofico da questão. Mas que essa relatividade existe, existe. Tudo é uma questão de ponto de vista, e você sabe disso. É burro insistir na prevalência do seu ponto de vista só porque é seu. Mas é difícil também admitir que existam outras verdades que não sejam a sua. A sensação de estar certo é tão prazerosa, quem abriria mão dela? E nós somos essa massa emocional, com uma pontinha de razão que simplesmente desaparece em certas situações. Essa é uma delas.

Não exijo que ninguém venha olhar pelo meu ponto de vista. Afinal, ele é o menos "acessível". Tenho ciência disso. Só queria uma brecha nessa hipocrisia. Acredite, o seu caso não é tão diferente assim. E esse papel de vilã não fica bem em mim, não. Mocinha incompreendida, no máximo.
"Havia uma beleza ali
ou era criatividade minha"


Vanessa da Mata - Zé

domingo, 4 de maio de 2008

Feeling sinister

Minha vida toda é marcada por ciclos de abandono. Como um nômade, que nunca passa muito tempo em um mesmo lugar. Mas meu nomadismo é afetivo. É como se eu não pudesse amar as mesmas pessoas durante muito tempo. Não sei se por falta de capacidade minha, ou se é uma espécie de prazo de validade que meu amor - bem vagabundo, por sinal - tem. E assim vou migrando de grupos em grupos, deixando pessoas pra trás. Um exercício constante de desapego. Tudo que a raposa me recomendou a não fazer.

O que meu egocentrismo não me deixa perceber é que as pessoas também me deixam pra trás. É quando eu me pego tentando entender o que acontece comigo que não me deixa criar raízes em lugar nenhum, que não me deixa envolver de maneira definitiva com ninguém. Não criar apenas frágeis laços, mas nós. Que mecanismo é esse que me impede de ser pra sempre? Essa efemeridade que não me traz vantagem nenhuma, apenas me torna mais uma na vida de todo mundo.

Aí eu repito pra mim mesma que não posso perder o que nunca tive. Tentativa inútil de me explicar, mas a única maneira que encontrei de não ficar presa a um baú de lembranças que já não fazem sentido algum. Eles nunca foram meus, não há porque chorar o fim de uma história que nunca foi a minha. And I keep playing with myself.
"Don't be scared of losing something that you never had."

The Magic Numbers - You never had it


Eu devia transformar isso num mantra.