A tal da janela
Não sei se o que estou fazendo é certo. Mas diante da insistente pergunta "é essa sua verdadeira vontade?", preciso admitir que sim. Costumo relacionar vontade com sentimento. Vontades não costumam ser coerentes, vêm do nada, de repente e se esparramam por toda a cabeça, martelam, incomodam, até que sejam realizadas. E é disso, de coerência, que estou abrindo mão ao tentar calar minha razão - que, por sinal, berra desesperadamente indicando o sentido contrário - e me deixar levar pela emoção. Eu, que tanto estimo a tal coerência...
Não sou emocional, pelo contrário, costumo ser muito racional, calculista. É que o errado se mostra tão terrivelmente irresistível algumas vezes que até deixa de parecer tão errado. Mas até para agir de maneira supostamente irracional eu raciocino: se não puder errar aos vinte, vou errar quando?