terça-feira, 17 de outubro de 2006

Às vezes, umas coisas pequenas me fazem mudar de idéia sobre verdades que eu já tinha como absolutas. E eu me sinto imensamente feliz por ver minhas opiniões sendo trocadas por outras, novinhas em folha. Nada mais chato do que passar a vida toda sentada, tendo só um ângulo de visão, como uma fotografia imutável.

Chegar em casa à noite, depois de mais de 10 horas de aulas quase ininterruptas, e não ter pra quem contar como foi o dia, reclamar do cansaço, jantar junto, é tão triste. Até as cachorras me olham sérias, como se cobrassem o atropelo de passos, as risadas, a gritaria. E eu que pensava que não tinha medo de solidão, ligo a tv pra ouvir vozes que encham a casa, mesmo que só de mentira.

De repente, me descubro tão dependente como nunca achei que fosse. Percebo a importância de quem está sempre perto, seja rindo, brigando, apoiando ou discordando, e que quando fica longe, deixa um espaço vazio, mudo. Será que o Tom tinha mesmo razão? Será mesmo impossível ser feliz sozinho?

Defenestro minha falsa auto-suficiência e corro pra abrir a porta. Eles chegaram.