terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

"A palavra é a única coisa que nos regula, moço, tenho vontade de dizer. Dá a oportunidade de um entendimento antes que nos tornemos cadáveres ou assassinos. Foi com ela que conseguimos tirar as patas do chão e alcançar uma coisa no ar: algo que não sabíamos o que era, nem antes nem agora, mas que queríamos muito. Daí que cada frase contém a memória desse esforço evolutivo, costumo dizer aos meus alunos. Por isso, uma conversa é uma negociação para que não nos tornemos inimigos. Está tudo desabado lá dentro; temos, porém, de exibir nossa melhor prataria, usar corretamente os garfos."

A vendedora de fósforos. Adriana Lunardi.